Cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos apostará na 'inclusão'
"Pela inclusão e um novo futuro", esse é o objetivo do sueco Alexander Ekman, coreógrafo e diretor da cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 (28 de agosto), que a AFP entrevistou nesta sexta-feira (12).
"A arte pode ser utilizada como vetor de nossas mensagens", afirma Ekman, que quer corresponder às expectativas dos vários atletas paralímpicos com quem se reuniu para preparar a cerimônia.
Célebre por suas grandiosas cenografias, como quando inundou um palco com 6.000 litros de água para uma versão do balé "O Lago dos Cisnes", ou quando decidiu fazer uma chuva de bolas verdes cair do teto da Ópera Garnier de Paris, o coreógrafo de 40 anos terá como cenário para a cerimônia a Praça da Concórdia, enquanto a Champs-Élysées receberá o desfile das 180 delegações.
Ekman, que se autodefine como um "showman", concebe esta cerimônia de três horas com 150 bailarinos, dos quais 20 são pessoas com deficiência, como uma viagem que "mistura arte e diversão", celebrando o classicismo da histórica praça com coreografias modernas e teatrais.
Tudo isso será ambientado pela música do compositor dos Jogos Olímpicos, Victor Le Masne.
Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris, afirma que espera que a cerimônia seja "um sucesso", para abrir da melhor maneira os primeiros Jogos Paralímpicos realizados na França.
À espera do 'Dia D', "o que vimos é muto promissor", conta Estanguet, tricampeão olímpico de canoagem. Para ele, a cerimônia trará "um perfeito equilíbrio" entre modernidade, emoção, humor e grande espetáculo.
"É um espetáculo muito comprometido. A dança está a serviço de uma mensagem forte sobre a inclusão", acrescenta.
- "Combinar arte e política" -
Para Alexander Ekman, essa cerimônia é "um sonho de infância realizado". Quando Thomas Jolly, diretor artístico das cerimônias dos Jogos de Paris, o contactou, a resposta foi imediata.
"Poder combinar arte e política é algo incrível", conta Ekman, que espera cumprir a missão dada por Jolly de transformar a cerimônia em um evento "festivo e político".
"No ano passado aprendi muito sobre as pessoas com deficiência, sobre a estigmatização que sofrem, sobre os desafios que precisam superar", explica. "Os Jogos Paralímpicos são muito importantes porque dão um objetivo, competir e seguir em frente", ressalta.
Pela primeira vez, o coreógrafo trabalhou com bailarinos com deficiência. "Eles são extraordinários. São mais capazes do que algumas pessoas sem deficiência, tanto no plano mental como no físico", afirma.
As criações e colaborações com as companhias mais prestigiadas, entre elas o balé da Ópera de Paris e o Boston Ballet, fizeram de Alexander Ekman uma das figuras mais conhecidas do meio, mas nunca antes seu público foi tão vasto.
Pelo menos 60 mil espectadores são esperados para a cerimônia, sem contar os que vão acompanhar o evento pela televisão e internet.
"É uma honra muito grande", diz Ekman, que depois deste desafio olímpico espera uma carreira cheia de projetos "completamente loucos".
H.El-Hassany--DT