Dubai Telegraph - Seca e incêndios incomuns preocupam setor agrícola no Brasil

EUR -
AED 3.897588
AFN 71.62565
ALL 97.2537
AMD 411.203272
ANG 1.913552
AOA 968.293905
ARS 1058.745012
AUD 1.627557
AWG 1.911648
AZN 1.807819
BAM 1.955455
BBD 2.143822
BDT 126.883565
BGN 1.95804
BHD 0.399961
BIF 3075.191117
BMD 1.061143
BND 1.421016
BOB 7.363046
BRL 6.140859
BSD 1.061762
BTN 89.662386
BWP 14.445129
BYN 3.47465
BYR 20798.394027
BZD 2.140123
CAD 1.480899
CDF 3044.418227
CHF 0.936171
CLF 0.037916
CLP 1046.211864
CNY 7.674607
COP 4713.329932
CRC 543.329624
CUC 1.061143
CUP 28.120278
CVE 110.729863
CZK 25.391006
DJF 188.586074
DKK 7.45901
DOP 63.933705
DZD 141.600995
EGP 52.213665
ETB 128.927564
FJD 2.404653
GBP 0.833113
GEL 2.907297
GHS 17.418672
GMD 75.870655
GNF 9158.721715
GTQ 8.204937
GYD 222.11867
HKD 8.254453
HNL 26.592299
HTG 139.651911
HUF 410.802767
IDR 16762.975014
ILS 3.985736
INR 89.551307
IQD 1390.096744
IRR 44679.406949
ISK 147.498979
JMD 168.710198
JOD 0.752456
JPY 164.232506
KES 137.417871
KGS 91.474118
KHR 4302.933102
KMF 488.523524
KRW 1494.624597
KWD 0.326418
KYD 0.884785
KZT 526.901752
LAK 23302.690344
LBP 95078.373015
LKR 310.479784
LRD 196.6824
LSL 19.280981
LTL 3.133278
LVL 0.641875
LYD 5.162473
MAD 10.527599
MDL 19.005538
MGA 4923.70171
MKD 61.609117
MMK 3446.549617
MOP 8.506897
MRU 42.335075
MUR 49.990475
MVR 16.405298
MWK 1841.082561
MXN 21.872228
MYR 4.708282
MZN 67.833584
NAD 19.281345
NGN 1774.951722
NIO 39.023514
NOK 11.770787
NPR 143.459418
NZD 1.793877
OMR 0.40856
PAB 1.061762
PEN 4.000181
PGK 4.260222
PHP 62.350627
PKR 295.050664
PLN 4.354234
PYG 8295.534619
QAR 3.863355
RON 4.976865
RSD 116.971889
RUB 104.249364
RWF 1445.806728
SAR 3.987149
SBD 8.850728
SCR 14.422986
SDG 638.273057
SEK 11.587852
SGD 1.421194
SLE 24.247182
SOS 605.912547
SRD 37.389344
STD 21963.508396
SVC 9.290797
SZL 18.707922
THB 36.991474
TJS 11.2858
TMT 3.72461
TND 3.339947
TOP 2.485304
TRY 36.467135
TTD 7.215065
TWD 34.443094
TZS 2824.618246
UAH 43.973732
UGX 3901.494647
USD 1.061143
UYU 44.764202
UZS 13614.459211
VES 47.430329
VND 26899.963703
XAF 655.872046
XCD 2.867791
XDR 0.799896
XOF 645.174431
XPF 119.331742
YER 265.099936
ZAR 19.251725
ZMK 9551.56176
ZMW 28.906256
ZWL 341.687469
Seca e incêndios incomuns preocupam setor agrícola no Brasil
Seca e incêndios incomuns preocupam setor agrícola no Brasil / foto: Pablo PORCIUNCULA - AFP

Seca e incêndios incomuns preocupam setor agrícola no Brasil

Marcos Meloni não esquecerá tão cedo o dia no fim de agosto em que lutou contra as chamas que ameaçavam consumir sua plantação de cana-de-açúcar.

Tamanho do texto:

"Quando estávamos no combate ao incêndio, o plástico do espelho retrovisor do caminhão-pipa chegou a encolher" por causa do calor intenso, relata à AFP este agricultor de Barrinha, a 340 quilômetros de São Paulo, no coração de uma importante região produtora.

"Eu achei que ia partir dessa", admite.

Os incêndios incomuns de grande magnitude, que ocorrem da Amazônia até o sul do país há várias semanas, em grande parte de origem criminosa, segundo as autoridades, são favorecidos por uma seca histórica que especialistas atribuem em parte às mudanças climáticas.

O resultado é que as colheitas de cana-de-açúcar, café-arábica, laranja e soja — produtos dos quais o Brasil é o maior produtor e exportador mundial — correm o risco de serem afetadas. Além disso, as chuvas esperadas para outubro podem ser, em algumas regiões, inferiores à média.

Em todo o estado de São Paulo, pelo menos 231.830 hectares de plantações de cana-de-açúcar — dos quatro milhões usados na principal região produtora de açúcar do país — foram atingidos em diferentes graus pelos incêndios, com metade da safra ainda a ser colhida nos próximos meses, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

"Onde a cana ficou em pé, prevemos uma redução de metade da produtividade", indica José Guilherme Nogueira, CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana).

Meloni já havia realizado a colheita, mas sofreu danos significativos. "Queimou onde havia brotos, que não estavam saindo, pela escassez de água. Agora estamos esperando para ver em qual área será necessário plantar novamente".

- "Abrir os olhos" -

Em Minas Gerais, estado responsável por 70% da produção de café arábica do Brasil, os cafeicultores também esperam pela chegada das chuvas, necessárias para a floração dos cafeeiros e para a formação dos grãos de café que serão colhidos no próximo ano.

"Falta água no solo, nos últimos 40 anos, é o pior deficit hídrico", lamenta José Marcos Magalhães, presidente da Minasul, a segunda maior cooperativa do país. Até o fim do mês, "tem que ter chuva de boa intensidade" para que haja esperança de uma colheita normal em 2025.

No entanto, as condições climáticas adversas dos últimos tempos já prejudicaram a safra 2024-2025, que está prestes a acabar.

Enquanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) previa em maio um aumento de 8,2% na produção de arábica, "é provável que os dados sejam reduzidos para baixo", estima Renato Ribeiro, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo.

Concentrada nos estados de São Paulo e Minas Gerais, a produção de laranja, em grande parte destinada à indústria de sucos, também deve sofrer com a seca.

Após anunciar, em maio passado, que a colheita de 2024-2025 seria a mais baixa em três décadas, a associação dos produtores de cítricos do Brasil, Fundecitrus, reduziu ainda mais as previsões há alguns dias e agora estima uma queda de 29,8% na produção, já prejudicada por uma praga bacteriana.

Pilar da força política e da projeção internacional do agronegócio brasileiro, a soja também não está imune.

Este ano, a colheita deve cair 4,7%, segundo a Conab, culpa da seca e das chuvas torrenciais que atingiram o Rio Grande do Sul em abril e maio. Agora, a seca está atrasando o novo plantio nas regiões produtoras.

"Se o clima melhorar, os sojicultores conseguem recuperar o atraso", aposta Luiz Fernando Gutierrez, analista da consultoria Safras & Mercado. Mas "se a seca perdurar e pegar outubro, aí começa a ter problemas de lavoura" em 2025, alerta.

Um dos setores econômicos mais impactados pelas mudanças climáticas, a agroindústria tem grande responsabilidade por sua própria desgraça, aponta o climatologista Carlos Nobre.

"Historicamente, é o setor que mais emite gases de efeito estufa no Brasil. Tem que reduzir, e zerar o desmatamento. Ele tem que abrir os olhos", afirma.

W.Darwish--DT