Dubai Telegraph - Raiva e angústia na cidade francesa de Mazan, cenário do caso de estupro Pelicot

EUR -
AED 4.088533
AFN 77.693359
ALL 99.694172
AMD 431.849253
ANG 2.014804
AOA 1034.664021
ARS 1071.152128
AUD 1.636789
AWG 2.005042
AZN 1.889161
BAM 1.964659
BBD 2.257398
BDT 133.602446
BGN 1.958959
BHD 0.419498
BIF 3242.630507
BMD 1.113139
BND 1.446091
BOB 7.725907
BRL 6.080082
BSD 1.117981
BTN 93.616823
BWP 14.768267
BYN 3.658899
BYR 21817.53258
BZD 2.253683
CAD 1.512829
CDF 3194.709748
CHF 0.942612
CLF 0.037548
CLP 1036.054619
CNY 7.867343
CNH 7.866907
COP 4648.191922
CRC 578.654712
CUC 1.113139
CUP 29.498195
CVE 110.765464
CZK 25.067342
DJF 199.090594
DKK 7.459837
DOP 67.066091
DZD 147.088567
EGP 54.076199
ERN 16.697091
ETB 125.473144
FJD 2.450854
FKP 0.847721
GBP 0.841628
GEL 2.985995
GGP 0.847721
GHS 17.55331
GIP 0.847721
GMD 76.806743
GNF 9662.616239
GTQ 8.648152
GYD 233.987207
HKD 8.674055
HNL 27.731807
HRK 7.568247
HTG 147.511915
HUF 394.607744
IDR 16991.405322
ILS 4.196012
IMP 0.847721
INR 93.109214
IQD 1464.584433
IRR 46868.735076
ISK 152.30006
JEP 0.847721
JMD 175.636208
JOD 0.788878
JPY 158.728121
KES 144.229387
KGS 93.906891
KHR 4535.042202
KMF 492.563473
KPW 1001.824845
KRW 1479.534806
KWD 0.339463
KYD 0.931672
KZT 535.517943
LAK 24686.209318
LBP 100120.668532
LKR 339.14864
LRD 223.596198
LSL 19.638856
LTL 3.286812
LVL 0.673327
LYD 5.320754
MAD 10.877447
MDL 19.425595
MGA 5054.337179
MKD 61.6122
MMK 3615.433407
MNT 3782.44769
MOP 8.974267
MRU 44.192304
MUR 51.148737
MVR 17.086487
MWK 1938.56732
MXN 21.386592
MYR 4.731172
MZN 71.130067
NAD 19.638236
NGN 1828.654263
NIO 41.141823
NOK 11.738968
NPR 149.77225
NZD 1.789627
OMR 0.42851
PAB 1.118052
PEN 4.19592
PGK 4.436627
PHP 61.807624
PKR 310.910513
PLN 4.268255
PYG 8716.993813
QAR 4.076701
RON 4.974283
RSD 117.064402
RUB 102.547504
RWF 1493.600832
SAR 4.177487
SBD 9.26217
SCR 15.534363
SDG 669.558805
SEK 11.32625
SGD 1.439896
SHP 0.847721
SLE 25.432233
SLL 23341.971288
SOS 638.923664
SRD 33.474887
STD 23039.738519
SVC 9.782805
SYP 2796.796109
SZL 19.622425
THB 36.978781
TJS 11.907192
TMT 3.907119
TND 3.386988
TOP 2.615658
TRY 37.915871
TTD 7.594004
TWD 35.535307
TZS 3032.681777
UAH 46.345319
UGX 4158.790362
USD 1.113139
UYU 45.817425
UZS 14235.189946
VEF 4032406.017442
VES 40.889135
VND 27433.32094
VUV 132.154148
WST 3.113966
XAF 658.86881
XAG 0.036034
XAU 0.000432
XCD 3.008314
XDR 0.828562
XOF 658.898538
XPF 119.331742
YER 278.674308
ZAR 19.474038
ZMK 10019.589425
ZMW 29.600743
ZWL 358.430438
Raiva e angústia na cidade francesa de Mazan, cenário do caso de estupro Pelicot
Raiva e angústia na cidade francesa de Mazan, cenário do caso de estupro Pelicot / foto: Christophe SIMON - AFP

Raiva e angústia na cidade francesa de Mazan, cenário do caso de estupro Pelicot

"É uma cidade pequena e tranquila, muito bonita. Nunca pensei que algo assim pudesse acontecer aqui", lamenta Lina Blazy, moradora da cidade medieval de Mazan, cujo nome agora é associado a um dos piores casos de estupro na França.

Tamanho do texto:

O nome desta cidade de 6.000 habitantes perto do Mont Ventoux, uma das etapas de montanha mais famosas do Tour de France, está na televisão em todo o mundo desde setembro, para descontentamento dos seus habitantes.

Foi em Mazan, após um breve período na região de Paris, que Dominique Pelicot estuprou, juntamente com dezenas de estranhos, a sua esposa Gisèle Pelicot, a quem administrava secretamente medicamentos para fazê-la dormir entre 2011 e 2020.

Embora apenas dois dos outros 50 acusados vivessem em Mazan, o desconforto é palpável. "Alguns dizem que somos uma cidade de estupradores, mas não é o caso!", exclama Annie Viau, que dirige uma padaria perto da prefeitura.

"Para mim, o estuprador não é de Mazan. Ele é de Paris, mas infelizmente aconteceu aqui", acrescenta a mulher, referindo-se a Dominique Pelicot, que se mudou em março de 2013 da região de Paris para esta ensolarada cidade do sul da França.

Viau garante que poucos clientes conversam com ela sobre o caso. "As pessoas têm um certo pudor", explica a mulher, incapaz de suportar a reputação manchada de sua cidade.

Cansados de serem bombardeados por perguntas da mídia, alguns clientes sentados em um café preferem não falar sobre este caso de estupro, que está sendo julgado desde 2 de setembro na cidade vizinha de Avignon.

Por uma coincidência perturbadora, Mazan abriga a casa da família do marquês de Sade, escritor francês do século XVIII cujos escritos sulfurosos descrevendo cenas de tortura, estupro, incesto e assassinato deram origem ao conceito de "sadismo".

Esse termo foi usado pelo psiquiatra Paul Bensussan em sua análise da personalidade de Dominique Pelicot durante o julgamento, quando se referiu ao seu "sadismo sexual com desejo de humilhar a esposa".

- Angústia e esperança -

"É claro que [este caso] não é uma boa publicidade para a cidade e para a região", afirma o aposentado Frédéric Raymond, encostado ao balcão de um café, que salienta que vários dos agressores de Gisèle Pelicot nunca foram identificados.

"Às vezes encontramos pessoas em Mazan e pensamos 'talvez...'. Pode ser qualquer um. Os doentes não têm isso escrito na testa", acrescenta este morador de uma cidade vizinha, sublinhando o clima de suspeita que reina desde o início do julgamento.

Embora os investigadores tenham reconhecido 72 homens nas fotos e vídeos encontrados nos dispositivos eletrônicos de Pelicot, apenas 50 foram identificados e processados, além do réu principal.

Os estupradores não identificados "talvez sejam da cidade... ou não", afirma o prefeito de Mazan, Louis Bonnet, que reconhece a atmosfera "angustiante" criada pela possibilidade incerta de cruzar com eles nas lojas ou na rua.

O prefeito descarta por enquanto a criação de uma unidade de atendimento psicológico na cidade ou nas escolas, porque ninguém ainda lhe disse que precisaria. "Mas se tiver que ser feito, será feito", conclui.

No entanto, há quem pense nisso, como Cécile Paulin, que se diz "chocada" com o caso. Esta especialista em massagens terapêuticas fundou um abrigo para mulheres em Mazan e gostaria de abrir um "espaço para quebrar o silêncio".

Não só pelas vítimas diretas de Dominique Pelicot, mas também "por todos os que precisam", assim como pelas "vítimas colaterais, como as companheiras dos outros acusados", explica.

"Temos que conversar, para que isso não aconteça novamente. Não podemos continuar como se nada tivesse acontecido", enfatiza.

F.A.Dsouza--DT