Venezuela pede extradição de membro de organização criminosa detido na Espanha
A Venezuela solicitou à Espanha a extradição de um dos integrantes do Trem de Aragua, uma temida facção criminosa surgida na Venezuela cujos tentáculos se estenderam para outros países da América Latina e os Estados Unidos, informou o Ministério Público nesta terça-feira (19).
"Recentemente, foi detido na Espanha por uma difusão vermelha solicitada pelo Ministério Público da Venezuela o irmão de 'Niño Guerrero' [líder do Trem de Aragua], Gerso Isaac Guerrero Flores, e demos início ao processo de extradição", disse o procurador-geral Tarek William Saab em uma declaração à imprensa.
As autoridades espanholas anunciaram em 14 de março a detenção do criminoso venezuelano em Barcelona. Ele era procurado por "suposta participação em crimes de terrorismo, tráfico de seres humanos, tráfico de armas, extorsão, lavagem de dinheiro e associação criminosa", segundo a Polícia Nacional espanhola.
Seu irmão, Héctor Guerrero, conhecido pelo codinome "Niño Guerrero", está na lista de 21 criminosos venezuelanos com difusão vermelha na Interpol.
O governo venezuelano oferece uma recompensa de US$ 250.000 (R$ 1,26 milhão) por informações que levem à captura de Guerrero, acusado de múltiplos crimes, entre eles homicídio, sequestro e terrorismo.
Autoridades venezuelanas afirmam que a organização criminosa foi desarticulada após a intervenção, em 20 de setembro de 2023, do presídio de Tocorón, no estado de Aragua, no norte do país, de onde "Niño Guerrero" e seus cúmplices gerenciavam a facção criminosa, que contava com um arsenal de guerra dentro do recinto prisional.
O procurador-geral indicou que as investigações sobre o chamado Trem de Aragua começaram em 2019 e, desde então, 44 de seus integrantes foram detidos, enquanto outros 102 têm mandados de prisão em aberto.
"É uma luta implacável contra essa facção criminosa", assinalou Saab.
Além disso, o procurador-geral afirmou que outras dez facções criminosas foram "desmanteladas ou sofreram duros golpes" nos últimos cinco anos, somando 166 detidos, 32 condenados e 144 mandados de prisão.
H.Hajar--DT