Dubai Telegraph - Lidia Mayta, a líder aymara que usa artes marciais para combater a violência contra mulheres na Bolívia

EUR -
AED 3.854833
AFN 70.842978
ALL 98.075677
AMD 407.604571
ANG 1.885958
AOA 957.143769
ARS 1057.093376
AUD 1.620899
AWG 1.891723
AZN 1.780812
BAM 1.94671
BBD 2.112785
BDT 125.046132
BGN 1.957086
BHD 0.395588
BIF 3038.30149
BMD 1.0495
BND 1.408994
BOB 7.231373
BRL 6.09738
BSD 1.046384
BTN 88.205468
BWP 14.276611
BYN 3.424545
BYR 20570.19316
BZD 2.109371
CAD 1.474657
CDF 3013.113308
CHF 0.929573
CLF 0.037178
CLP 1025.854536
CNY 7.611024
CNH 7.614136
COP 4620.946964
CRC 534.688137
CUC 1.0495
CUP 27.811741
CVE 110.905837
CZK 25.276517
DJF 186.51722
DKK 7.458647
DOP 63.497795
DZD 140.238373
EGP 52.086037
ERN 15.742495
ETB 129.560857
FJD 2.389133
FKP 0.828388
GBP 0.83452
GEL 2.865435
GGP 0.828388
GHS 16.474638
GIP 0.828388
GMD 74.514077
GNF 9057.182336
GTQ 8.076137
GYD 218.923625
HKD 8.167831
HNL 26.473615
HRK 7.486353
HTG 137.338083
HUF 410.810368
IDR 16706.460195
ILS 3.824209
IMP 0.828388
INR 88.513069
IQD 1375.369293
IRR 44170.817668
ISK 145.104175
JEP 0.828388
JMD 165.238465
JOD 0.744408
JPY 160.427543
KES 135.913134
KGS 91.122843
KHR 4250.473525
KMF 492.162793
KPW 944.549288
KRW 1464.372094
KWD 0.32291
KYD 0.872045
KZT 522.490418
LAK 23052.260115
LBP 93982.693723
LKR 304.721381
LRD 188.726248
LSL 18.933171
LTL 3.0989
LVL 0.634832
LYD 5.137341
MAD 10.530153
MDL 19.12407
MGA 4910.608977
MKD 61.565484
MMK 3408.733928
MNT 3566.199758
MOP 8.387994
MRU 41.890784
MUR 49.148227
MVR 16.214668
MWK 1821.931462
MXN 21.690641
MYR 4.677089
MZN 67.071194
NAD 18.932901
NGN 1776.036553
NIO 38.579727
NOK 11.69151
NPR 141.128351
NZD 1.797468
OMR 0.40405
PAB 1.046424
PEN 3.965272
PGK 4.166377
PHP 61.885324
PKR 291.498726
PLN 4.307694
PYG 8166.02661
QAR 3.820808
RON 4.97683
RSD 116.993003
RUB 110.720688
RWF 1438.864022
SAR 3.943084
SBD 8.805922
SCR 13.772279
SDG 631.27191
SEK 11.53176
SGD 1.411976
SHP 0.828388
SLE 23.826447
SLL 22007.487903
SOS 599.792459
SRD 37.157507
STD 21722.523845
SVC 9.156247
SYP 2636.899209
SZL 18.933076
THB 36.410294
TJS 11.181299
TMT 3.683744
TND 3.324028
TOP 2.458031
TRY 36.374397
TTD 7.114847
TWD 34.024847
TZS 2775.926352
UAH 43.478489
UGX 3876.934664
USD 1.0495
UYU 44.591791
UZS 13465.080764
VES 49.006494
VND 26673.033631
VUV 124.598708
WST 2.929774
XAF 652.920809
XAG 0.0345
XAU 0.000399
XCD 2.836325
XDR 0.800447
XOF 658.559065
XPF 119.331742
YER 262.296216
ZAR 19.09328
ZMK 9446.766437
ZMW 28.855542
ZWL 337.938459
Lidia Mayta, a líder aymara que usa artes marciais para combater a violência contra mulheres na Bolívia
Lidia Mayta, a líder aymara que usa artes marciais para combater a violência contra mulheres na Bolívia / foto: Aizar RALDES - AFP

Lidia Mayta, a líder aymara que usa artes marciais para combater a violência contra mulheres na Bolívia

Um violento assalto em frente a sua casa há três anos transformou Lidia Mayta, uma indígena aymara, em treinadora de defesa pessoal com técnicas de taekwondo para mulheres na cidade de El Alto, na Bolívia.

Tamanho do texto:

Os agressores que tentaram roubá-la chegaram a colocar uma corda em seu pescoço, mas foram afastados pelos seus vizinhos. "Eu não sabia como me defender, agora tento fazer com que outras mulheres percam esse medo", diz Mayta à AFP.

Lidia, uma líder indígena de 56 anos, secretária de saúde de sua comunidade em Puerto Chaguaya, na fronteira com o Peru, comanda uma pequena loja de produtos básicos em sua atual casa em El Alto.

Ela participou inicialmente dos cursos do "Warmi Power" ("warmi" significa mulher em aymara), um empreendimento que ensina taekwondo para mulheres se defenderem da violência, do qual logo se tornou monitora.

A Bolívia registra quatro homicídios para cada cem mil habitantes, de acordo com o Observatório de Segurança Cidadã do Estado.

"Não somos o país mais perigoso da região, mas somos sim um país violento contra as mulheres", afirma a integrante da organização feminista Coordinadora de la Mujer, Lucía Vargas.

Oito em cada dez mulheres, meninas e adolescentes na Bolívia sofreram algum tipo de violência pelo menos uma vez em suas vidas, de acordo com dados do governo.

Mais de 51.000 mulheres denunciaram algum tipo de violência em 2023, sendo 39.000 relacionadas aos seus parceiros ou esposos como agressores.

- Faixa preta contra o machismo -

Lidia Mayta garante que o Warmi Power a faz se sentir "líder, ativista e com força para passar os aprendizados para outras mulheres".

O projeto Warmi Power, das professoras bolivianas de taekwondo Laura Roca, que também é psicóloga, e Kimberly Nosa, ambas faixas pretas, foi lançado em 2015.

Há três anos, Mayta foi convidada a fazer parte da equipe para facilitar a comunicação com as mulheres que falam aymara.

Em sessões que utilizam elementos da terapia em grupo, mulheres aprendem a arte marcial. São realizadas eventuais aulas específicas para indígenas, muitas delas migrantes que, além da violência de gênero, enfrentam a xenofobia ao chegar à cidade.

"A violência não se resolve com violência, mas aprender a se defender pode salvar nossas vidas", afirma Kimberly.

Roca e Nosa já capacitaram mais de 35.000 mulheres em diferentes partes da Bolívia.

- Chutes de saia -

Vestidas com suas típicas polleras - saias volumosas -, mantas de lã, chapéus bombin e duas tranças como penteado, as mulheres começam pelo aquecimento.

Muitas nunca deram um golpe em suas vidas, e a timidez toma conta de seus primeiros movimentos. As participantes aprendem a dar chutes, a gritar e a identificar os pontos fracos no corpo do agressor.

O grupo de mulheres indígenas do Warmi Power é composto por comerciantes que sustentam suas famílias com a venda de mantimentos, roupas, comida e outros suprimentos.

Marcelina Quispe, de 45 anos, vende queijos em uma área comercial da cidade altiplânica. A história de violência doméstica de uma amiga a levou a se inscrever nas aulas do Warmi Power.

As organizações feministas na Bolívia apontam que a violência se tornou normalizada.

"Há uma crueldade contra a vida das mulheres quando buscam sua independência", analisa a psicóloga Lucía Vargas, integrante da Coordinadora de la Mujer.

Desde 2013, a Bolívia possui uma lei específica para combater a violência contra as mulheres, e, desde então, foram registrados 1.085 feminicídios. No entanto, a principal crítica é a falta de orçamento.

Quispe prestou solidariedade à amiga ameaçada de morte pelo marido, "disse a ela para não ter medo, que não a deixaríamos sozinha, e foi assim que vim para essas aulas (de taekwondo), porque nunca se sabe quando a desgraça chega", contou Quispe.

Quando terminam os exercícios físicos no workshop, as participantes se alinham em duas fileiras, formando um túnel, e o atravessam uma a uma.

"Você é linda, é poderosa, é valiosa, é guerreira, você é forte", dizem entre sussurros e tapinhas nas costas ao final do percurso, que termina com um abraço coletivo.

J.Chacko--DT