Dubai Telegraph - E se a democracia fosse cotada na bolsa?

EUR -
AED 3.857576
AFN 71.468972
ALL 97.945793
AMD 407.899953
ANG 1.887325
AOA 956.768148
ARS 1057.642257
AUD 1.623854
AWG 1.890468
AZN 1.788374
BAM 1.948121
BBD 2.114316
BDT 125.13675
BGN 1.956264
BHD 0.395904
BIF 3093.646897
BMD 1.05026
BND 1.410015
BOB 7.236613
BRL 6.086888
BSD 1.047143
BTN 88.269389
BWP 14.286957
BYN 3.427026
BYR 20585.099959
BZD 2.1109
CAD 1.478777
CDF 3014.246506
CHF 0.931683
CLF 0.037139
CLP 1024.68611
CNY 7.622996
CNH 7.6248
COP 4616.901837
CRC 535.075615
CUC 1.05026
CUP 27.831895
CVE 109.832076
CZK 25.287322
DJF 186.471437
DKK 7.458365
DOP 63.129959
DZD 140.333108
EGP 52.114124
ERN 15.753903
ETB 131.046404
FJD 2.39251
FKP 0.828988
GBP 0.835675
GEL 2.86709
GGP 0.828988
GHS 16.441506
GIP 0.828988
GMD 74.568531
GNF 9023.432445
GTQ 8.081989
GYD 219.082274
HKD 8.173303
HNL 26.485853
HRK 7.491778
HTG 137.43761
HUF 410.914351
IDR 16702.287992
ILS 3.828004
IMP 0.828988
INR 88.518455
IQD 1371.766801
IRR 44202.828808
ISK 145.292953
JEP 0.828988
JMD 165.35821
JOD 0.744952
JPY 161.284236
KES 135.609646
KGS 91.188878
KHR 4203.511118
KMF 492.519883
KPW 945.233784
KRW 1465.296775
KWD 0.323154
KYD 0.872677
KZT 522.869056
LAK 22915.8909
LBP 93777.451442
LKR 304.942206
LRD 187.97265
LSL 18.94897
LTL 3.101146
LVL 0.635292
LYD 5.123852
MAD 10.497821
MDL 19.137929
MGA 4889.7726
MKD 61.580453
MMK 3411.204168
MNT 3568.78411
MOP 8.394073
MRU 41.652612
MUR 49.697925
MVR 16.226408
MWK 1815.808073
MXN 21.646283
MYR 4.681534
MZN 67.108241
NAD 18.94879
NGN 1767.488579
NIO 38.538826
NOK 11.70715
NPR 141.230624
NZD 1.801764
OMR 0.404321
PAB 1.047182
PEN 3.951699
PGK 4.221221
PHP 61.928612
PKR 290.958293
PLN 4.311904
PYG 8171.944362
QAR 3.81815
RON 4.976978
RSD 116.981145
RUB 111.60666
RWF 1442.84025
SAR 3.945668
SBD 8.812303
SCR 14.282519
SDG 631.731822
SEK 11.533406
SGD 1.415119
SHP 0.828988
SLE 23.84048
SLL 22023.436279
SOS 598.452483
SRD 37.184471
STD 21738.265714
SVC 9.162883
SYP 2638.810116
SZL 18.953929
THB 36.476031
TJS 11.189401
TMT 3.686413
TND 3.309219
TOP 2.459814
TRY 36.391337
TTD 7.120003
TWD 34.110145
TZS 2777.9378
UAH 43.509997
UGX 3879.7442
USD 1.05026
UYU 44.624106
UZS 13419.360611
VES 48.925574
VND 26692.363033
VUV 124.689002
WST 2.931897
XAF 653.393967
XAG 0.034536
XAU 0.0004
XCD 2.838381
XDR 0.801027
XOF 653.381574
XPF 119.331742
YER 262.486264
ZAR 19.109062
ZMK 9453.602349
ZMW 28.876453
ZWL 338.183357
E se a democracia fosse cotada na bolsa?
E se a democracia fosse cotada na bolsa? / foto: ANGELA WEISS - AFP

E se a democracia fosse cotada na bolsa?

"Grande parte do dinheiro de Wall Street é investido em países autocráticos". É possível mudar isso? Sim, mediante indicadores de referência indexados à qualidade da democracia, mas a opinião pública deve pressionar como ocorreu com os bônus verdes, afirmam especialistas.

Tamanho do texto:

Para explicar este fenômeno basta um exemplo: os fundos de pensão, em sua maior parte, dão dinheiro a administradores de ativos que seguem uma série de pontos de referência para decidir onde alocam os ativos, mas não levam em consideração necessariamente o fator democracia na hora de investir.

"Os indicadores são a via principal pela qual, em geral, todos nós neste momento financiamos uma autocracia, embora não saibamos que o estamos fazendo", explica Marcos Buscaglia, fundador da Alberdi Partners e ex-analista de Wall Street, durante um debate esta semana em Washington, organizado pelo Diálogo Interamericano, um grupo de reflexão.

Philippe Bolopion, diretor-geral da TOBAM, uma companhia de gestão de ativos, admite que "grande parte do dinheiro de Wall Street é investido em países autocráticos".

"Seria possível dizer que os investidores ocidentais, os fundos de pensão nos Estados Unidos e na Europa estão injetando bilhões de dólares em países autocráticos e essencialmente ajudando os líderes autoritários destes países a sobreviver e prosperar em alguns casos", afirma.

Mas os mercados são um organismo vivo e como tal se adaptam à sociedade. Há 20 aos, não se falava em 'bônus verdes' e estes não surgiram porque Wall Street propôs, mas por pressão social, destacam os especialistas.

As coisas já estão mudando e existem alguns ativos cotados em bolsa (ETF, fundos indexados) que "são corretos para a democracia", afirma Buscaglia.

Mas, "o maior passo - diz - será quando os indicadores [parâmetros considerados no momento de investir] forem corrigidos a favor da democracia".

Nicolás Saldías, analista da unidade de inteligência da revista britânica The Economist, considera que é complicado intervir na oferta porque as instituições financeiras são empresas que geram lucro e devem prestar contas aos acionistas se perdem oportunidades.

A solução viria, ao contrário, do lado da demanda, por exemplo, para países que emitem bônus em variáveis de qualidade democrática.

Saldías é partidário da emissão de bônus e créditos indexados à democracia ou a objetivos concretos, como a redução da pobreza.

A companhia em que Bolopion trabalha tenta mudar o rumo, levando em conta "o fator de risco autocrático" na hora de investir.

"Sou o único especialista em direitos humanos, todos os demais são matemáticos e estatísticos e falam um idioma diferente do meu", afirma.

- "Risco autocrático" -

É importante que "os democratas considerem a autocracia como um fator de risco contra o qual deveriam tentar proteger sua carteira", acrescenta Bolopion, assegurando que a TOBAM não investe em empresas cotadas em países autocráticos.

Mas nem tudo é preto no branco.

Muitas empresas de países democráticos têm "grande parte de seu negócio na China ou em muitos provedores" de lá, adverte Bolopion.

Em sua opinião, o segredo está em "minimizar a exposição".

Romina Bandura, especialista do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, é partidária, ainda, de elaborar um índice democrático nas agênias de classificação financeira e que o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) levem em consideração o fator democracia ao conceder empréstimos.

Buscaglia se diz "otimista". Ele se baseia em que "um a cada 2 dólares [cerca de R$ 10] administrados por investidores profissionais em (a zona do) euro é gerido através de algum mandato ESG, e um em cada 3 dólares [R$ 15] nos Estados Unidos".

Os critérios ESG avaliam se uma empresa é sustentável em nível ambiental, social e de governança, um bom exemplo de que é possível incluir pautas para se fazer um investimento.

- América Latina -

Se variáveis democráticas fossem aplicadas, a América Latina poderia se beneficiar por ser segura do ponto de vista geopolítico. O nível de homicídios na região é muito alto, sobretudo na América Central, e há muita desigualdade, pobreza e corrupção, mas não há guerras.

Segundo Saldías, países como Uruguai, Costa Rica e Chile sairiam ganhando porque "têm democracias fortes".

Mas como medir a democracia?

"Os indicadores são importantes, mas não suficientes" e "devemos ter muito cuidado para não punir um país de forma desproporcional", adverte Saldías.

Ele cita o caso do Equador, onde uma onda de violência provocada por narcocriminosos pôs o país em xeque. "Agora, é um regime híbrido", com "eleições livres e justas" mas "a qualidade da democracia é mais frágil".

Saldías joga uma ideia no ar: dar às democracias consolidadas "benefícios nos mercados globais".

C.Masood--DT