Dubai Telegraph - Migrantes ignoram estigma para socorrer vítimas das chamas no Chile

EUR -
AED 3.862042
AFN 71.804229
ALL 98.797466
AMD 410.848078
ANG 1.899611
AOA 958.940084
ARS 1058.238507
AUD 1.620225
AWG 1.892645
AZN 1.789395
BAM 1.967098
BBD 2.128123
BDT 125.953443
BGN 1.956332
BHD 0.396362
BIF 3113.654377
BMD 1.051469
BND 1.420345
BOB 7.309987
BRL 6.106303
BSD 1.054054
BTN 88.858242
BWP 14.398702
BYN 3.449312
BYR 20608.799376
BZD 2.124603
CAD 1.482114
CDF 3017.717361
CHF 0.931823
CLF 0.037163
CLP 1025.434617
CNY 7.631781
CNH 7.633625
COP 4610.430258
CRC 537.123794
CUC 1.051469
CUP 27.863938
CVE 110.899869
CZK 25.280471
DJF 187.688029
DKK 7.458945
DOP 63.517579
DZD 140.586407
EGP 52.170119
ERN 15.77204
ETB 131.427132
FJD 2.391409
FKP 0.829943
GBP 0.835835
GEL 2.870265
GGP 0.829943
GHS 16.600348
GIP 0.829943
GMD 74.654183
GNF 9083.084398
GTQ 8.138513
GYD 220.516588
HKD 8.183129
HNL 26.634729
HRK 7.500403
HTG 138.343291
HUF 410.963645
IDR 16706.744023
ILS 3.829478
IMP 0.829943
INR 88.660528
IQD 1380.730543
IRR 44253.716178
ISK 145.081723
JEP 0.829943
JMD 167.279216
JOD 0.745807
JPY 161.530937
KES 136.168674
KGS 91.27086
KHR 4230.257223
KMF 493.08668
KPW 946.322022
KRW 1469.239507
KWD 0.323541
KYD 0.878345
KZT 526.313
LAK 23147.955604
LBP 94386.027846
LKR 306.711669
LRD 189.714255
LSL 19.056857
LTL 3.104715
LVL 0.636023
LYD 5.15863
MAD 10.589624
MDL 19.267668
MGA 4925.289533
MKD 61.559552
MMK 3415.131453
MNT 3572.892815
MOP 8.446615
MRU 41.912953
MUR 49.755948
MVR 16.245234
MWK 1827.697802
MXN 21.562203
MYR 4.686928
MZN 67.1904
NAD 19.056857
NGN 1769.759472
NIO 38.782387
NOK 11.685421
NPR 142.17627
NZD 1.797046
OMR 0.404805
PAB 1.054054
PEN 3.992029
PGK 4.245903
PHP 62.029854
PKR 292.749574
PLN 4.308154
PYG 8212.168477
QAR 3.845012
RON 4.976502
RSD 117.004332
RUB 110.908439
RWF 1439.152416
SAR 3.949844
SBD 8.822449
SCR 14.320848
SDG 632.459485
SEK 11.526107
SGD 1.415456
SHP 0.829943
SLE 23.868157
SLL 22048.791639
SOS 602.35403
SRD 37.320818
STD 21763.29276
SVC 9.222974
SYP 2641.848152
SZL 19.051426
THB 36.453918
TJS 11.235312
TMT 3.690657
TND 3.343207
TOP 2.462647
TRY 36.425338
TTD 7.15912
TWD 34.112826
TZS 2781.137122
UAH 43.741741
UGX 3905.431745
USD 1.051469
UYU 44.926765
UZS 13521.66479
VES 48.905782
VND 26723.093681
VUV 124.832555
WST 2.935272
XAF 659.740094
XAG 0.034439
XAU 0.0004
XCD 2.841648
XDR 0.806231
XOF 659.746405
XPF 119.331742
YER 262.78845
ZAR 19.031706
ZMK 9464.475804
ZMW 29.063935
ZWL 338.572704
Migrantes ignoram estigma para socorrer vítimas das chamas no Chile
Migrantes ignoram estigma para socorrer vítimas das chamas no Chile / foto: Pablo Vera - AFP

Migrantes ignoram estigma para socorrer vítimas das chamas no Chile

Aos pés de um monte devorado pelo fogo, no centro do Chile, brigadas de resgate coordenam suas tarefas sob o ardente sol da tarde. Um esquadrão de moto surge no lugar. São migrantes com mochilas cheias de donativos de água e comida.

Tamanho do texto:

Principalmente venezuelanos, a maior e não raro estigmatizada comunidade de migrantes do Chile, eles se autodenominam uma força de "apoio humanitário".

A expressão vai carregada nas costas, em cartazes escritos a mão, colados nas mochilas em formato de caixa, onde normalmente carregam os alimentos entregues em domicílio em Viña del Mar.

"Aqui estamos ajudando", diz Jeraldin Rincón, uma estudante de Enfermagem, mãe de uma adolescente de 16 anos, que migrou em 2017, fugindo da crise venezuelana.

"Não temos dinheiro, mas fazemos o que podemos, o que está ao nosso alcance, trazendo muita água, principalmente. Precisamos de muita água neste lugar, sentimos muito o fogo", acrescenta essa mulher de 34 anos.

Na sexta-feira, quando as chamas começaram a devorar as populosas colinas de Viña del Mar, Rincón conta que fazia "um delivery" pelo centro dessa cidade turística do centro do Chile, de cerca de 300.000 habitantes.

Seu filho escreveu-lhe alarmado no WhatsApp, dizendo-lhe que "se apressasse, que havia muita fumaça e que se ouviam gritos".

Depois - continua Rincón -, dirigiu-se de motocicleta até o setor onde mora, perto de El Olivar, um dos povoados mais atingidos pelos incêndios florestais que deixaram 123 mortos na região de Valparaíso, em cuja jurisdição está Viña del Mar.

Ela pensou ter visto as chamas muito de perto, mas no final não foi afetada. No sábado, parou de trabalhar e junto com alguns colegas, migrantes como ela, fez a primeira coleta de água para distribuir às pessoas afetadas.

"Temos um centro de coleta improvisado" em uma loja de peças para motocicletas.

"Outra menina fez 50 refeições para distribuir. Assim, aos poucos fomos nos conectando até com pessoas que não conhecemos", descreve.

- "Subimos pessoas desesperadas" -

Os entregadores fazem parte da comunidade de mais de 530.000 venezuelanos que chegaram ao Chile na última década, segundo dados do Serviço Nacional de Imigração. Organizações que ajudam essa diáspora estimam um número muito superior, dados os ingressos por passagens clandestinas, especialmente desde 2020.

Segundo um estudo da universidade privada Diego Portales, cerca de 30.000 deles trabalham como entregadores de empresas que operam por meio de aplicativos móveis.

Nos últimos anos, aumentaram as vozes que pedem uma política mais linha dura contra a imigração irregular, como resultado do aumento de crimes violentos, nos quais estrangeiros se viram envolvidos.

No dia da tragédia, porém, conforme o relato orgulhoso de vários deles, sua primeira contribuição foi mobilizar as vítimas das colinas. Isso se deu, em grande medida, porque se deslocam em motocicletas e conseguiram chegar até onde o fogo permitiu pelas ruas estreitas e íngremes de El Olivar, Villa Independencia ou Quilpué, vários dos pontos mais afetados pelos incêndios.

"Estávamos lá embaixo e tinha gente descendo a rua desesperada. Uma senhora que me pediu para levá-la para cima (no morro) porque a casa dela estava pegando fogo (…) Esse foi o primeiro apoio que a gente deu: subir as pessoas que vinham desesperadas", contou Jean Piero Muñoz, de 38 anos.

Depois, organizaram-se para levar almoço e água para as brigadas de bombeiros e para os socorristas voluntários, assim como às pessoas que sobreviveram nas colinas devastadas pelas chamas.

E todo esse esforço apesar de, em vários lugares, terem recebido insultos e até ameaças.

"Muitos colegas não quiseram vir (…) ajudar, porque estavam dizendo que os incêndios foram provocados por venezuelanos", lamenta Rincón, ecoando uma série de áudios e vídeos virais com teorias da conspiração, que conectam pessoas dessa comunidade com a origem do desastre florestal.

Muñoz também pensou em "jogar a toalha", porque gritaram que "estavam subindo para queimar coisas".

"Como se esses fossem os primeiros incêndios no Chile", ironizou Rincón.

G.Koya--DT