Trump afirma que apenas presidentes 'importantes' são alvos de tiros
O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, retomou a campanha eleitoral na terça-feira (17), após um aparente segundo atentado contra sua vida no fim de semana, e afirmou que "apenas os presidentes importantes levam tiros", ao mesmo tempo que elogiou a rival democrata, a vice-presidente Kamala Harris, por ligar para saber como ele estava. .
Trump discursou em uma reunião com partidários em Flint, cidade no estado-pêndulo de Michigan afetada pela crise no setor automobilístico e famosa por um escândalo de contaminação da água potável com chumbo.
O empresário estabeleceu uma ligação entre o que o FBI chamou de tentativa frustrada de assassinato contra ele na Flórida no domingo passado e sua promessa de impor tarifas consideráveis sobre as importações de veículos do México e da China.
O republicano se apresentou como o salvador da indústria automotiva em sua concorrência com as empresas estrangeiras.
"E então vocês se perguntam por que eu levo tiros, certo? Vocês sabem, apenas presidentes importantes levam tiros", disse Trump.
Algumas horas antes, Kamala Harris, que estava em campanha em outro estado-pêndulo, a Pensilvânia, ligou para Trump e expressou sua gratidão por ele estar a salvo, informou a Casa Branca.
O governo descreveu a conversa telefônica como "breve e cordial". Em seu comício, Trump surpreendeu ao afirmar que Kamala "não poderia ter sido mais gentil".
O magnata, de 78 anos, já havia afirmado que o suspeito detido pelo novo ataque contra ele "acreditou na retórica" do presidente Joe Biden e de Kamala Harris de que ele é uma ameaça à democracia "e agiu em consequência".
- "Dinâmica a favor" -
Trump e Kamala percorrem os estados eleitorais-chave no momento em que a democrata aparece com uma leve vantagem nas pesquisas de opinião.
"Se observarmos as pesquisas feitas após o debate eleitoral e as de antes, a dinâmica a favor de Kamala é clara", publicou hoje um especialista do site Five Thirty Eight, que agrega e analisa pesquisas, ressaltando que a diferença entre os dois é apertada.
Kamala é apoiada por artistas influentes, aos quais se somou hoje a cantora pop Billie Eilish. Em sua entrevista na Filadélfia, a candidata condenou o papel de Trump na divulgação da mentira de que imigrantes haitianos comem cães e gatos em uma pequena cidade do Ohio onde se sucedem ameaças de bomba e o fechamento de locais públicos.
"É um verdadeiro escândalo", denunciou a democrata, acrescentando que "a responsabilidade de ser presidente dos Estados Unidos" é incompatível com "esse tipo de discurso de ódio".
A vice-presidente baseia seu programa em poucos pontos: a promessa de uma "nova geração" e um "novo caminho" para o país, uma economia centrada na classe média e a proteção das liberdades fundamentais, incluindo o direito ao aborto.
Kamala condenou nesta terça-feira as leis restritivas sobre interrupção voluntária da gravidez nos Estados Unidos, após a publicação de um artigo do meio ProPublica sobre a morte de uma mulher de 28 anos na Geórgia (sul) porque não lhe fizeram uma curetagem a tempo.
Segundo o ProPublica, que consultou documentos confidenciais, esta é a primeira morte "evitável" desde que em 2022 a Suprema Corte, com maioria conservadora, principalmente desde o mandato de Trump, deixou a cargo de cada estado legislar sobre o direito ao aborto.
- Tensão extrema -
Trump sobreviveu em julho a uma tentativa de assassinato, quando um homem armado abriu fogo contra ele durante um comício na Pensilvânia.
No último domingo, o republicano estava em seu clube de golfe na Flórida quando agentes do Serviço Secreto "abriram fogo contra um homem armado" que estava próximo ao local. Trata-se de Ryan Routh, um americano de 58 anos.
Routh estava armado com um fuzil com mira telescópica e um equipamento de gravação de vídeo, mas, segundo a polícia, não disparou contra Trump. O homem fugiu do local, mas foi preso pouco depois.
I.Menon--DT