Homens armados matam 39 pessoas no Paquistão em supostos ataques étnicos
Milicianos separatistas mataram pelo menos 39 pessoas em vários ataques no sudoeste do Paquistão, que visaram principalmente integrantes da etnia punjabi, informaram as autoridades.
Em um dos ataques, homens armados pararam veículos em uma rodovia da província de Baluchistão e mataram 23 pessoas a tiros.
As autoridades relataram ataques fatais em pelo menos três distritos da província, onde as forças de segurança enfrentam uma onda de violência étnica, sectária e separatista.
"Confirmamos 39 mortes em vários ataques coordenados executados pelos terroristas do BLA", afirmou Shahid Rind, porta-voz do governo provincial.
No distrito de Musakhail, entre 30 e 40 homens armados pararam 22 ônibus, caminhões e vans em uma rodovia entre Punjab e Baluchistão, disse à AFP Najibullah Kakar, funcionário de alto escalão do governo local.
"Os veículos que viajavam a partir de ou com destino a Punjab foram inspecionados e pessoas do Punjab foram identificadas e baleadas", acrescentou.
O Exército de Libertação de Baluchistão (BLA), o grupo separatista mais ativo da região, reivindicou uma operação noturna em um comunicado enviado à AFP.
No texto, o grupo afirma que a operação aconteceu em "rodovias do Baluchistão" e tinha como alvos apenas as forças de segurança.
Em um comunicado anterior, o grupo alertou a população baluchi a permanecer distante das rodovias e destacou que sua "luta" é contra o exército paquistanês ocupante".
O Baluchistão, uma área rica em recursos naturais, é a província mais pobre do Paquistão.
Nos últimos anos, os separatistas baluchis intensificaram os ataques contra paquistaneses de províncias vizinhas que trabalham na região, assim como contra empresas estrangeiras do setor de energia que, segundo os insurgentes, exploram suas riquezas.
Os punjabis são um dos seis principais grupos étnicos do país e considerados a maioria no Exército, que está envolvido em uma batalha para acabar com as facções armadas no Baluchistão.
A.El-Nayady--DT