'Tempos difíceis': lágrimas em igreja americana abalada por disparos contra Trump
Os fiéis de uma das igrejas mais próximas do local onde ocorreu a tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump tentavam assimilar neste domingo (14) o que aconteceu ontem durante o comício, que abalou essa pequena comunidade rural.
A pastora Millie Martsolf, da Primeira Igreja do Nazareno de Butler, tentou tranquilizar os paroquianos reunidos na moderna igreja de madeira para a cerimônia dominical.
"Penso em tudo o que aconteceu na nossa pequena comunidade, do outro lado da estrada", disse a líder religiosa, sobre o tiroteio que alterou a rotina dessa comunidade da Pensilvânia, de cerca de 14 mil habitantes, tomada, agora, pela polícia e por jornalistas.
"Sei que quando falamos uns com os outros, quando compartilhamos nossas opiniões políticas, sejam lá quais forem, temos a opção de falar como Cristo nos ensinou, ou temos a opção de ficar aborrecidos ou amargurados. Não importa em quem vá votar, fale com amor", disse a pastora.
Uma mulher foi consolada por um companheiro de culto quando se ajoelhou no altar, onde permaneceu durante boa parte da cerimônia, antes de pedir a palavra.
"O homem que foi morto ontem é primo em primeiro grau da minha nora", disse a mulher de meia-idade, de pé diante de um crucifixo. "Meu filho e a minha nora foram profundamente afetados por tudo isso". A vítima "estava protegendo sua mulher e filha. Isso nos afetou a todos."
O governador da Pensilvânia identificou a vítima como Corey Comperatore e confirmou neste domingo que ele morreu protegendo a família.
- Orações -
O reverendo da igreja, Stephen Smith, pediu aos paroquianos que rezassem pela vítima e por sua família. "São tempos difíceis, que não compreendemos", disse, entre lágrimas. "Vamos lidar com a perda, e creio que é seguro dizer que todos sentimos o peso de perder alguém da comunidade", acrescentou.
"Agradecemos porque o ex-presidente Trump não foi assassinado e choramos a perda de vidas e os feridos", disse o organista da igreja.
Perto dali, a polícia do estado isolou a estrada que leva ao local do comício de Trump, último evento de campanha programado antes da Convenção Nacional Republicana, que acontece em Wisconsin a partir de amanhã.
"Não consigo me imaginar vivendo aqui e ouvindo tiros. É muita coisa para assimilar", disse o professor Dane Rahoi, 33, que dirigiu duas horas para visitar o local do comício. "Todo mundo é muito frágil."
H.El-Hassany--DT