Ameaça extremista obriga reforçar segurança na Liga dos Campeões
França e Espanha decidiram reforçar os dispositivos de segurança previstos para esta terça (9) e quarta-feira (10) para os jogos da Liga dos Campeões, após ameaças do grupo extremista Estado Islâmico (EI), a pouco mais de 100 dias dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Esta semana serão disputas as partidas de ida das quartas de final da maior competição de clubes da Europa. Os dois jogos serão realizados em Madri: o Real Madrid enfrenta o Manchester City nesta terça e o Atlético de Madrid joga contra o Borussia Dortmund na quarta.
Os outros encontros ocorrerão em Londres, entre Arsenal e Bayern de Munique nesta terça, e em Paris, onde o Paris Saint-Germain tentará vencer o Barcelona na quarta.
Mas como resultado da "ameaça" do EI, o prefeito da polícia de Paris "reforçou consideravelmente o aparato de segurança", anunciou na terça-feira o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin.
Esta organização jihadista, que no passado já assumiu a responsabilidade por ataques na Europa, "ameaçava as quartas de final da Liga dos Campeões" através de seus canais de comunicação, disse uma fonte à AFP.
Em uma das mensagens, um combatente mascarado portando um fuzil posa diante de imagens dos quatro estádios que receberão as partidas, acompanhado da mensagem: "Matem todos".
As autoridades espanholas também anunciaram "um destacamento extraordinário de segurança" com um "aumento" dos efetivos previstos, indicou o delegado do governo em Madri, Francisco Martín Aguirre, em mensagem de vídeo, embora não tenha detalhado o número.
A porta-voz do governo espanhol, Pilar Alegría, indicou que será lançada uma operação "com mais de 2.000 agentes" mobilizados, "para garantir total segurança". O plano inicial era de quase 1.900.
"A UEFA está ciente das supostas ameaças terroristas feitas contra os jogos da Liga dos Campeões e trabalha em estreita colaboração com as respectivas autoridades", afirmou a principal entidade do futebol europeu em breve comunicado.
Já a Polícia Metropolitana de Londres garantiu que conta "com um sólido plano" de segurança para a partida, à altura do atual nível de "ameaça terrorista", afirmou o seu vice-comissário adjunto, Ade Adelekan.
- Luis Enrique "preocupado" -
Questionado sobre o tema na coletiva de imprensa anterior ao jogo no Parque dos Príncipes, em Paris, o técnico do PSG, Luis Enrique expressou sua preocupação.
"Quem não está preocupado ou não é afetado pelas ameaças terroristas? Espero que seja algo que possamos controlar, que continuem a ser ameaças e que nada aconteça", afirmou.
A França, que receberá os Jogos Olímpicos e Paralímpicos entre julho e setembro, elevou seu nível de alerta ao máximo após o ataque de 22 de março em Moscou, reivindicado pelo EI e no qual morreram 144 pessoas.
As autoridades francesas reiteram frequentemente que ainda não identificaram "nenhuma ameaça terrorista" tangível contra a cerimônia de abertura das Olimpíadas, marcada para 26 de julho às margens do Rio Sena.
"Atacar nos Jogos Olímpicos na França seria sem dúvidas um sonho feito realidade para o EI e tenho certeza de que existem planos", declarou à AFP no final de março Tore Hamming, do Centro Internacional para o Estudo da Radicalização (ICSR, na sigla em inglês).
A França já registrou uma morte perto do Stade de France, no norte de Paris, que receberá jogos olímpicos, em um ataque jihadista em 13 de novembro de 2015 que deixou 130 mortos, a grande maioria na capital.
A ameaça contra os estádios "não é novidade", segundo Darmanin, que fez um apelo para que se evitasse "cair no que a propaganda terrorista tenta fazer, ou seja, tentar semear o medo e o terror em todo o lado".
"A segurança é importante (...) mas devemos nos concentrar no que podemos fazer, jogar futebol", afirmou o volante do PSG Danilo Pereira.
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Y.Sharma--DT