Dubai Telegraph - Política e crime, as ligações perigosas por trás do assassinato de Marielle Franco

EUR -
AED 3.849071
AFN 71.56307
ALL 98.465648
AMD 409.468215
ANG 1.893231
AOA 955.718831
ARS 1054.749619
AUD 1.614472
AWG 1.886288
AZN 1.782519
BAM 1.960492
BBD 2.120976
BDT 125.530419
BGN 1.955562
BHD 0.394986
BIF 3103.196944
BMD 1.047938
BND 1.415574
BOB 7.285435
BRL 6.079039
BSD 1.050514
BTN 88.559806
BWP 14.350343
BYN 3.437727
BYR 20539.583235
BZD 2.117468
CAD 1.478023
CDF 3007.581455
CHF 0.929259
CLF 0.037074
CLP 1022.998268
CNY 7.586809
CNH 7.612525
COP 4594.945795
CRC 535.319825
CUC 1.047938
CUP 27.770355
CVE 110.527404
CZK 25.320383
DJF 187.057666
DKK 7.458693
DOP 63.30425
DZD 140.071563
EGP 51.976684
ERN 15.719069
ETB 130.985724
FJD 2.385055
FKP 0.827155
GBP 0.834903
GEL 2.860704
GGP 0.827155
GHS 16.544594
GIP 0.827155
GMD 74.40381
GNF 9052.578203
GTQ 8.111179
GYD 219.775967
HKD 8.155697
HNL 26.545275
HRK 7.475213
HTG 137.878655
HUF 410.760113
IDR 16678.246381
ILS 3.821337
IMP 0.827155
INR 88.337079
IQD 1376.09326
IRR 44105.092296
ISK 145.129213
JEP 0.827155
JMD 166.717396
JOD 0.743407
JPY 161.017234
KES 135.70087
KGS 90.949906
KHR 4216.049598
KMF 491.430873
KPW 943.143731
KRW 1465.744813
KWD 0.322524
KYD 0.875395
KZT 524.545339
LAK 23070.211523
LBP 94069.025555
LKR 305.681556
LRD 189.077086
LSL 18.992854
LTL 3.094288
LVL 0.633887
LYD 5.141304
MAD 10.554058
MDL 19.202956
MGA 4908.747592
MKD 61.56337
MMK 3403.661487
MNT 3560.892996
MOP 8.418247
MRU 41.772186
MUR 49.588583
MVR 16.191014
MWK 1821.559347
MXN 21.56301
MYR 4.679056
MZN 66.935227
NAD 18.992854
NGN 1763.815703
NIO 38.652133
NOK 11.634516
NPR 141.698761
NZD 1.793324
OMR 0.403444
PAB 1.050514
PEN 3.978622
PGK 4.231643
PHP 61.81779
PKR 291.766354
PLN 4.315041
PYG 8184.587316
QAR 3.832098
RON 4.978336
RSD 117.014826
RUB 108.987644
RWF 1434.318918
SAR 3.935285
SBD 8.792818
SCR 14.272552
SDG 630.332048
SEK 11.536377
SGD 1.412348
SHP 0.827155
SLE 23.785419
SLL 21974.73918
SOS 600.330981
SRD 37.195469
STD 21690.199169
SVC 9.191998
SYP 2632.975314
SZL 18.987441
THB 36.352603
TJS 11.197577
TMT 3.678262
TND 3.331979
TOP 2.45438
TRY 36.278175
TTD 7.135076
TWD 34.036696
TZS 2777.035195
UAH 43.594831
UGX 3892.31507
USD 1.047938
UYU 44.775876
UZS 13476.251302
VES 48.817455
VND 26630.722396
VUV 124.413296
WST 2.925414
XAF 657.52431
XAG 0.034524
XAU 0.000399
XCD 2.832105
XDR 0.803523
XOF 657.530599
XPF 119.331742
YER 261.905872
ZAR 18.978345
ZMK 9432.70014
ZMW 28.966322
ZWL 337.435583
Política e crime, as ligações perigosas por trás do assassinato de Marielle Franco
Política e crime, as ligações perigosas por trás do assassinato de Marielle Franco / foto: Daniel Ramalho - AFP

Política e crime, as ligações perigosas por trás do assassinato de Marielle Franco

A prisão recente dos supostos autores intelectuais do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), um crime que chocou o mundo há seis anos, expôs como nunca antes os vínculos escusos entre a política e o crime organizado no Rio de Janeiro.

Tamanho do texto:

O relatório do inquérito da Polícia Federal, um longo expediente de 500 páginas, está repleto de revelações que parecem saídas de um romance sobre a máfia.

O texto descreve minuciosamente a operação das milícias, que semeiam o terror em comunidades do Rio, com a cumplicidade de policiais e políticos de alto escalão.

Foi contra estes grupos criminosos que Marielle Franco ergueu a voz antes de ser morta a tiros em seu carro, em 14 de março de 2018. A vereadora, originária da Maré, comunidade do subúrbio carioca, foi assassinada aos 38 anos, juntamente com seu motorista, Anderson Gomes.

"É uma investigação fundamental para entendermos o tamanho do buraco em que está o Rio", escreveu na plataforma X Marcelo Freixo, ex-deputado federal (PSB-RJ) e presidente da Embratur.

Marielle Franco considerava Freixo, que foi seu companheiro de partido, seu mentor. Ela foi sua assistente parlamentar quando ele enfrentou frontalmente as milícias.

"As investigações da Polícia Federal sobre o assassinato da Marielle e do Anderson mostram que as milícias permanecem com uma forte influência nos altos escalões das instituições policiais do Rio de Janeiro", explica à AFP Carolina Grillo, coordenadora do Grupo de Estudos sobre Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF).

"E que o poder público tem uma participação ativa no favorecimento e atuação das milícias", acrescenta.

- Promessa de campanha de Lula -

Presos no domingo, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão são velhos conhecidos da política carioca. Os investigadores os vinculam diretamente às milícias.

O primeiro foi deputado estadual e, em seguida, se tornou conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ); o segundo foi vereador e atualmente é deputado federal, expulso de seu antigo partido, o União Brasil, após a prisão.

O terceiro suspeito preso, Rivaldo Barbosa, é ninguém menos que ex-chefe da Polícia Civil do Rio, instituição inicialmente responsável pelas investigações, que desde o ano passado passaram às mãos da Polícia Federal.

Segundo os investigadores, os irmãos Brazão teriam contratado os serviços de Barbosa para obter "garantia prévia da impunidade" sobre o caso.

Nomeado para o cargo na véspera do crime, Barbosa teria cuidado para que a investigação começasse "natimorta", ocultando as evidências.

Os três suspeitos e seus advogados refutam as acusações.

A prisão de Barbosa foi um choque para os familiares de Marielle Franco, que se sentiram traídos por quem os consolou logo após o crime.

"Ele falou que era questão de honra elucidar esse caso", disse Marinete da Silva, mãe de Marielle, à GloboNews.

As investigações patinaram durante cinco anos, até a volta ao poder, em janeiro de 2023, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez da elucidação do caso uma promessa de campanha.

- Questões territoriais -

Há cerca de 40 anos, as milícias semeiam o terror no Rio. Fundadas por ex-policiais e outros agentes da força pública, começaram a se estabelecer em comunidades na zona oeste da cidade, onde se apresentavam como grupos de autodefesa para manter os narcotraficantes longe.

Além das "taxas de proteção", cobradas de moradores e comerciantes, estenderam a extorsão a todo tipo de serviço, como gás e internet.

Mas, sobretudo, se apoderaram de terrenos públicos para construir ilegalmente moradias e prédios comerciais, "a principal fonte de renda desses grupos", explica Carolina Grillo.

Segundo a Polícia Federal, o crime contra Marielle Franco foi encomendado porque ela "atrapalhava seus interesses".

O relatório também menciona diversos indícios de envolvimento dos irmãos Brazão "com atividades criminosas, incluindo as relacionadas com milícias e 'grilagem' de terras".

A investigação "revela a centralidade da questão fundiária" no controle que as milícias exercem nos bairros onde atuam, inclusive "em nível político", ressalta David Marques, coordenador de projetos da ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

As áreas dominadas por milícias se tornaram, assim, redutos eleitorais para políticos, como seria o caso dos Brazão.

Em 2008, quando Marcelo Freixo criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio para investigar estas organizações com a participação ativa de sua então assistente, Marielle Franco, as milícias sofreram um duro golpe.

Dezenas de pessoas foram presas, entre elas representantes locais eleitos.

Mas, estes grupos criminosos "se reformaram rapidamente e cresceram bastante", afirma Carolina Grillo.

Para o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, as revelações do inquérito representam uma oportunidade para "repensar" as políticas de segurança, retomando "o controle dos territórios".

"Isso significa levar cidadania, politica publica, porque é nesse vácuo que as milicias entram, é nisso que elas crescem e impõe terror ao povo brasileiro", disse o ministro na terça-feira, durante homenagem a Marielle Franco na Câmara dos Deputados.

Y.Chaudhry--DT