Dez migrantes cubanas morrem em acidente de trânsito no México
Um acidente de trânsito no estado mexicano de Chiapas (sul), o segundo em menos de uma semana envolvendo migrantes, deixou, neste domingo (1), dez cubanas mortas, incluindo uma menor, que viajavam clandestinamente em um caminhão de carga que capotou.
O Instituto Nacional de Migração (INM) informou, em um comunicado, que outras 17 mulheres, também de Cuba, ficaram feridas gravemente no acidente ocorrido durante a madrugada.
Inicialmente, as autoridades de Chiapas haviam informado que o número de pessoas feridas era de 25, mas o INM apontou que 27 cubanas, incluindo cinco menores, viajavam no caminhão.
Segundo um relatório da polícia, entre as feridas, há três meninas de seis, sete e 12 anos, além de uma adolescente de 17. As demais têm entre 18 e 60 anos. Todas foram levadas a hospitais da região.
"De acordo com as primeiras informações, o motorista dirigia em excesso de velocidade, perdeu o controle do veículo e capotou (...) o motorista fugiu", detalhou o INM.
O acidente ocorreu em um trecho que liga Pijijiapan a Tonalá, na região da costa do Pacífico de Chiapas, rota habitualmente usada pelos traficantes de pessoas e migrantes que tentam chegar aos EUA.
"O INM estabelecerá comunicação com as autoridades consulares com o objetivo de iniciar o procedimento administrativo para a repatriação dos corpos ao seu país de origem", acrescentou o comunicado.
O caminhão, cuja carroceria era parcialmente construída com madeira, ficou destruído, com as roupas, bolsas e mochilas levadas pelos ocupantes.
- Maior risco -
Devido ao reforço da segurança por parte do México para combater o tráfico de migrantes, milhares de pessoas de diferentes nacionalidades atravessam o país em ônibus, reboques, veículos precários ou trens de carga, mas enfrentam acidentes ou ataques de criminosos e, algumas vezes, das próprias autoridades.
Na quinta-feira, dois migrantes perderam a vida quando um caminhão capotou no município de Mezcalapa, enquanto tentavam chegar ao estado de Veracruz por uma via rápida que liga o estado a Chiapas.
Em fevereiro, uma colisão em uma rodovia que liga os estados de Puebla e Oaxaca deixou 17 mortos e 15 feridos, entre eles, migrantes de Venezuela, Colômbia e América Central.
O acidente mais grave ocorreu em dezembro de 2021, quando um caminhão reboque que levava mais de 160 migrantes colidiu contra uma ponte no estado de Chiapas (sul), deixando mais de 50 mortos, a maioria centro-americanos.
Um relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), divulgado em 12 de setembro, revelou que a fronteira entre os Estados Unidos e o México foi a "rota terrestre de migração mais perigosa do mundo" em 2022, com 686 mortes ou desaparecimentos.
Além dos que viajam pelas estradas clandestinamente, milhares de migrantes permanecem na cidade de Tapachula, Chiapas, aguardando que as autoridades mexicanas lhes concedam permissões para atravessar o país.
Neste fim de semana, nos estados do norte de Chihuahua e Zacatecas, cerca de 3.000 migrantes ficaram bloqueados em áreas isoladas quando os trens de carga em que estavam pararam sem motivo aparente.
Na semana passada, a maior operadora ferroviária suspendeu 30% de suas operações, sobrecarregada pelo fluxo de estrangeiros sem documentos.
O governo mexicano admitiu estar sobrecarregado pela quantidade de migrantes que cruzam seu território, a maioria venezuelanos, cubanos, haitianos e centro-americanos.
Em agosto, houve um recorde de quase 233.000 que cruzaram a fronteira sul dos Estados Unidos e a escalada continuou em setembro.
Somente em setembro, as autoridades migratórias mexicanas detiveram mais de 189.000 migrantes.
A.Ragab--DT