Musk, Zuckerberg e outros magnatas da tecnologia debatem IA no Congresso dos EUA
Grandes empresários do setor tecnológico, como Elon Musk e Mark Zuckerberg, compareceram ao Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira (13) para apresentar seus planos sobre inteligência artificial (IA), enquanto o país se prepara para elaborar uma legislação que permita um melhor controle desse avanço.
Além dos proprietários da rede social X (antigo Twitter) e do Facebook, o CEO da OpenAI, Sam Altman, e o fundador da Microsoft, Bill Gates, também participaram da reunião, que faz parte de uma série de fóruns sobre inovação em IA planejados pelo senador Chuck Schumer, líder da maioria democrata no Senado.
Nessas reuniões, realizadas a portas fechadas, os legisladores podem interrogar os empresários sobre uma tecnologia que revolucionou o mundo desde o lançamento do ChatGPT no ano passado.
A Europa já tem sua própria Lei de Inteligência Artificial bastante avançada, e os legisladores americanos estão sob pressão para evitar ficar para trás e ver a IA sobrecarregar a sociedade, com perda de empregos, desinformação generalizada e outras consequências.
"Hoje começamos uma tarefa enorme, complexa e vital: construir as bases de uma política bipartidária sobre IA que o Congresso possa aprovar", afirmou o senador Schumer na reunião, segundo declarações compartilhadas com a mídia.
"Em situações anteriores, quando as coisas eram tão difíceis assim, a reação natural era ignorar o problema e deixar que outra pessoa fizesse o trabalho. Mas com a IA, não podemos ser como avestruzes enfiando a cabeça na areia", disse ele.
"Estou muito otimista em relação à IA, mas isso não significa que não haverá alguns tropeços no caminho", acrescentou Altman, da OpenAI, ao entrar na reunião.
Durante as três horas da sessão da manhã, uma ampla variedade de temas foi discutida, incluindo os perigos e o potencial da IA. Os participantes concordaram que os governos têm um papel a desempenhar em relação às consequências dessa tecnologia.
- Serviço à humanidade -
Musk elogiou Schumer por prestar "um serviço à humanidade, com o apoio do restante do Senado". "Acredito que algo bom sairá disso", disse ele.
A IA sem restrições, acrescentou o magnata aos jornalistas após a reunião, "pode ser potencialmente prejudicial para todos os seres humanos em todos os lugares".
A possibilidade de o Congresso dos Estados Unidos aprovar uma legislação para restringir os inovadores da IA com regras claras ainda é uma incógnita, dadas as profundas divisões políticas em Washington e a proximidade das eleições de 2024.
Embora ambas as partes concordem que a tecnologia pode ter efeitos muito negativos na vida cotidiana, muitas vezes diferem sobre quais podem ser as soluções.
As empresas de tecnologia também exercem forte pressão para manter um regime regulatório flexível que beneficie as empresas e preserve a inovação.
Alguns senadores reclamaram que a reunião foi realizada em particular e deu muito espaço para as gigantes de tecnologia influenciarem os legisladores.
"Não deveria ser assim", disse o senador Josh Hawley, um republicano que trabalha de perto com questões de IA.
A reunião também foi o primeiro encontro conhecido entre Musk e Zuckerberg, desde que o CEO da Tesla propôs uma luta com o criador do Facebook.
Musk também compartilhou a sala com Gates, com quem tem uma relação tensa, de acordo com uma biografia sobre o chefe da Tesla e da SpaceX publicada na terça-feira.
O.Mehta--DT