Dubai Telegraph - 'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht

EUR -
AED 3.853118
AFN 71.487088
ALL 98.351691
AMD 409.273718
ANG 1.891004
AOA 955.659295
ARS 1055.8819
AUD 1.612967
AWG 1.8909
AZN 1.791713
BAM 1.958186
BBD 2.118481
BDT 125.382746
BGN 1.954864
BHD 0.395437
BIF 3099.635186
BMD 1.049043
BND 1.413949
BOB 7.277143
BRL 6.075321
BSD 1.049278
BTN 88.459852
BWP 14.334009
BYN 3.433683
BYR 20561.242475
BZD 2.115017
CAD 1.466756
CDF 3011.802607
CHF 0.930365
CLF 0.037034
CLP 1021.883333
CNY 7.602447
CNH 7.600206
COP 4602.760013
CRC 534.751454
CUC 1.049043
CUP 27.799639
CVE 110.399493
CZK 25.312332
DJF 186.844746
DKK 7.458245
DOP 63.237038
DZD 140.21928
EGP 52.041967
ERN 15.735645
ETB 130.835383
FJD 2.383215
FKP 0.828027
GBP 0.834471
GEL 2.874889
GGP 0.828027
GHS 16.525762
GIP 0.828027
GMD 74.48204
GNF 9042.015322
GTQ 8.10187
GYD 219.525805
HKD 8.16221
HNL 26.514301
HRK 7.483095
HTG 137.717773
HUF 409.871701
IDR 16631.527459
ILS 3.830549
IMP 0.828027
INR 88.403953
IQD 1374.474436
IRR 44138.483745
ISK 144.998255
JEP 0.828027
JMD 166.522864
JOD 0.744093
JPY 161.466076
KES 135.850881
KGS 91.045812
KHR 4211.290929
KMF 495.663583
KPW 944.138287
KRW 1468.476567
KWD 0.32278
KYD 0.874399
KZT 523.928269
LAK 23043.511793
LBP 93961.950734
LKR 305.321955
LRD 188.863681
LSL 18.970511
LTL 3.097551
LVL 0.634556
LYD 5.135256
MAD 10.541642
MDL 19.181099
MGA 4903.066576
MKD 61.374869
MMK 3407.250689
MNT 3564.648001
MOP 8.408664
MRU 41.727834
MUR 49.0118
MVR 16.217958
MWK 1819.451211
MXN 21.316857
MYR 4.670377
MZN 67.044183
NAD 18.970511
NGN 1770.238816
NIO 38.607033
NOK 11.638329
NPR 141.536123
NZD 1.79454
OMR 0.403883
PAB 1.049298
PEN 3.973941
PGK 4.22715
PHP 61.811735
PKR 291.423123
PLN 4.321649
PYG 8174.959041
QAR 3.827663
RON 4.973193
RSD 116.911696
RUB 109.267171
RWF 1432.686323
SAR 3.939045
SBD 8.79471
SCR 15.772293
SDG 630.946122
SEK 11.515901
SGD 1.411939
SHP 0.828027
SLE 23.844842
SLL 21997.91181
SOS 599.641938
SRD 37.234757
STD 21713.071748
SVC 9.181185
SYP 2635.751818
SZL 18.965104
THB 36.344126
TJS 11.185153
TMT 3.67165
TND 3.328154
TOP 2.456962
TRY 36.289233
TTD 7.126818
TWD 34.022525
TZS 2779.964489
UAH 43.543546
UGX 3887.736186
USD 1.049043
UYU 44.724485
UZS 13460.397961
VES 48.842442
VND 26666.672639
VUV 124.544491
WST 2.928499
XAF 656.769623
XAG 0.03462
XAU 0.000398
XCD 2.835091
XDR 0.802578
XOF 656.757086
XPF 119.331742
YER 262.182031
ZAR 18.932178
ZMK 9442.575435
ZMW 28.933351
ZWL 337.791413
'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht
'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht / foto: YASUYOSHI CHIBA - AFP

'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht

A peça que faltava no escândalo de corrupção da Odebrecht na Colômbia está escondida sob o pseudônimo "Colombian Official 3", um funcionário de alto escalão do governo de Juan Manuel Santos (2010-2018) que recebeu uma propina milionária da construtora brasileira em meio à campanha pela reeleição.

Tamanho do texto:

Embora sua identidade permaneça sob sigilo, os Estados Unidos descrevem-no, em um texto divulgado em agosto pelo Departamento de Justiça, como um "funcionário de alto escalão do Poder Executivo do governo colombiano aproximadamente entre 2010 e 2018", período em que o Prêmio Nobel da Paz de 2016 esteve no poder.

O documento afirma que o misterioso personagem recebeu propina de US$ 3,4 milhões (R$ 16,9 milhões na cotação atual) em troca de favorecer a Odebrecht e seus parceiros colombianos.

O apelido foi-lhe atribuído pela Justiça desse país sul-americano em um acordo de cooperação com a Corficolombiana, uma empresa colombiana associada à construtora brasileira que reconheceu ter pagado subornos de US$ 23 milhões (R$ 114,5 milhões na cotação atual) a funcionários para garantir vários contratos.

Jornalistas, um ex-presidente dessa companhia e até o atual presidente, Gustavo Petro, aventuraram-se a apresentar suas hipóteses sobre a poderosa figura escondida por trás do "Colombian Official 3" ("Funcionário Colombiano3", na tradução literal).

Estas são as pistas reveladas até agora:

- O que ele fez? -

Pelo acordo, essa pessoa se reuniu em maio de 2014 - na reta final do primeiro turno presidencial, em que Santos buscava a reeleição - com um alto executivo da Odebrecht, e outro, da Corficolombiana.

Nessa reunião, os empresários concordaram em dar-lhe US$ 3,4 milhões em troca da obtenção de um contrato para a construção de uma rodovia ligando os municípios de Ocaña e Gamarra (nordeste).

Entre 2014 e 2015, as filiais da Odebrecht e da Corficolombiana transferiram esse valor para o funcionário por meio de terceiros. Depois de ficar em segundo lugar no primeiro turno, em 25 de maio de 2014, Santos se recuperou no segundo turno e venceu Oscar Iván Zuluaga, em 15 de junho. Segundo a Promotoria colombiana, a campanha de Santos recebeu US$ 850 mil (R$ 4,2 milhões na cotação atual) da Odebrecht.

- O que se sabe? -

Diferentemente do ocorrido em outros países latino-americanos, na Colômbia, funcionários de alto escalão do governo não foram julgados pelo escândalo da Odebrecht.

"Sabemos quem subornou" e "quem foram os intermediários. Mas não sabemos para onde foi o dinheiro, porque chegou aos que estão no poder político", resumiu o atual presidente Petro, após tomar conhecimento do acordo de Corficolombiana nos Estados Unidos.

O "Funcionário 3" seria um dos altos comandos do governo favorecidos pelos subornos da Odebrecht.

Ainda é preciso determinar se o então presidente e candidato Santos estava a par da entrega do dinheiro. Roberto Prieto, seu coordenador de campanha, esteve preso por esses acontecimentos entre 2019 e 2022.

- Poderia ser o ex-presidente Santos? -

Citando "uma fonte importante que conhece" o acordo entre a Corficolombiana e os Estados Unidos, a revista Semana garantiu que o ex-presidente Juan Manuel Santos "é, na verdade, o chamado ‘Colombian Official 3'".

O ex-presidente - vencedor do Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para alcançar o acordo de 2016 que desarmou a guerrilha das Farc - descreveu esta versão como uma "falácia" e "uma calúnia imprudente, infame e contraevidente", em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).

Questionado sobre esta versão, o procurador responsável pelas investigações do caso Odebrecht na Colômbia, Gabriel Jaimes, respondeu: "Não posso afirmar, nem posso negar, que seja Juan Manuel Santos".

- Outros nomes? -

José Elías Melo, ex-presidente da Corficolombiana condenado em 2019 a 11 anos de prisão por estes acontecimentos, disse, por sua vez, ao portal Cambio, que o misterioso funcionário "tinha de ter incidência sobre a decisão do contrato e, claro, sobre a campanha política".

Melo afirma ter sido um bode expiatório usado pelo dono da Corficolombiana e homem mais rico da Colômbia, Luis Carlos Sarmiento, para fugir de suas responsabilidades, e negou ter estado na reunião descrita no texto.

Com base na história das autoridades americanas, ele se animou, contudo, a lançar três nomes.

"Pode ser Juan Manuel Santos, pode ser Germán Vargas Lleras (ministro de Santos em diferentes ministérios entre 2010 e 2013, e seu vice-presidente, entre 2014 e 2017), pode ser María Lorena Gutiérrez (que ocupou vários cargos de chefia na mesma administração e é a atual presidente da Corficolombiana). Não sei", disse o executivo condenado.

Em resposta, Vargas garantiu que teria sido "impossível", para ele, compactuar com a propina em maio de 2014, já que, durante o primeiro semestre do referido ano, não ocupou qualquer cargo no governo.

Gutiérrez não se referiu publicamente a esta acusação.

O último a lançar sua hipótese foi Petro, que, como senador, denunciou a corrupção da Odebrecht. Interrogado pelo Cambio sobre a possível identidade do "número 3", mencionou "Javier Hernández", vice-ministro dos Transportes e vice-presidente da Agência Nacional de Infraestruturas (estatal) entre 2012 e 2014.

A.El-Nayady--DT