Dubai Telegraph - 'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht

EUR -
AED 4.09012
AFN 76.255652
ALL 99.028245
AMD 431.346533
ANG 2.007592
AOA 1038.416923
ARS 1074.849032
AUD 1.624027
AWG 2.007182
AZN 1.892845
BAM 1.957742
BBD 2.249131
BDT 133.112059
BGN 1.956767
BHD 0.419622
BIF 3230.404848
BMD 1.113555
BND 1.435524
BOB 7.697637
BRL 6.137241
BSD 1.113905
BTN 93.190653
BWP 14.637522
BYN 3.645417
BYR 21825.673005
BZD 2.245328
CAD 1.503778
CDF 3195.902206
CHF 0.943827
CLF 0.037062
CLP 1022.678195
CNY 7.831077
CNH 7.827499
COP 4634.336461
CRC 578.273699
CUC 1.113555
CUP 29.509201
CVE 110.374501
CZK 25.156347
DJF 198.356788
DKK 7.456812
DOP 66.986457
DZD 147.672065
EGP 54.205286
ERN 16.703321
ETB 132.957506
FJD 2.442082
FKP 0.848038
GBP 0.832276
GEL 3.023357
GGP 0.848038
GHS 17.544406
GIP 0.848038
GMD 76.834954
GNF 9623.547413
GTQ 8.610542
GYD 233.051207
HKD 8.66894
HNL 27.666448
HRK 7.571071
HTG 147.206041
HUF 394.94471
IDR 16898.415968
ILS 4.194494
IMP 0.848038
INR 93.16372
IQD 1459.247703
IRR 46872.299107
ISK 151.743745
JEP 0.848038
JMD 175.784394
JOD 0.789177
JPY 160.158124
KES 143.415363
KGS 93.786031
KHR 4526.49068
KMF 491.467414
KPW 1002.198639
KRW 1486.578895
KWD 0.339846
KYD 0.928321
KZT 534.230004
LAK 24554.360104
LBP 99751.362204
LKR 337.514845
LRD 222.781019
LSL 19.297945
LTL 3.288038
LVL 0.673579
LYD 5.285243
MAD 10.794109
MDL 19.443289
MGA 5034.995162
MKD 61.542395
MMK 3616.782375
MNT 3783.858974
MOP 8.932862
MRU 44.065717
MUR 51.078817
MVR 17.104325
MWK 1931.516236
MXN 21.580112
MYR 4.62576
MZN 71.100358
NAD 19.297945
NGN 1799.560262
NIO 40.990666
NOK 11.611261
NPR 149.104925
NZD 1.770963
OMR 0.428655
PAB 1.113905
PEN 4.20307
PGK 4.361327
PHP 62.554496
PKR 309.446298
PLN 4.267186
PYG 8669.601014
QAR 4.060228
RON 4.97703
RSD 117.112153
RUB 103.614444
RWF 1503.491597
SAR 4.177695
SBD 9.241755
SCR 14.905347
SDG 669.798551
SEK 11.292458
SGD 1.434404
SHP 0.848038
SLE 25.441722
SLL 23350.680502
SOS 636.631595
SRD 33.891594
STD 23048.334966
SVC 9.74667
SYP 2797.839633
SZL 19.304151
THB 36.576959
TJS 11.840947
TMT 3.897442
TND 3.375649
TOP 2.608054
TRY 38.01455
TTD 7.57952
TWD 35.588108
TZS 3041.117874
UAH 46.02376
UGX 4121.088486
USD 1.113555
UYU 46.446079
UZS 14199.086754
VEF 4033910.564221
VES 40.938219
VND 27399.014504
VUV 132.203456
WST 3.115128
XAF 656.608414
XAG 0.036067
XAU 0.000424
XCD 3.009437
XDR 0.824017
XOF 656.608414
XPF 119.331742
YER 278.750571
ZAR 19.29056
ZMK 10023.307625
ZMW 29.546313
ZWL 358.564174
'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht
'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht / foto: YASUYOSHI CHIBA - AFP

'Colombian Official 3': o mistério que enreda um Prêmio Nobel com brasileira Odebrecht

A peça que faltava no escândalo de corrupção da Odebrecht na Colômbia está escondida sob o pseudônimo "Colombian Official 3", um funcionário de alto escalão do governo de Juan Manuel Santos (2010-2018) que recebeu uma propina milionária da construtora brasileira em meio à campanha pela reeleição.

Tamanho do texto:

Embora sua identidade permaneça sob sigilo, os Estados Unidos descrevem-no, em um texto divulgado em agosto pelo Departamento de Justiça, como um "funcionário de alto escalão do Poder Executivo do governo colombiano aproximadamente entre 2010 e 2018", período em que o Prêmio Nobel da Paz de 2016 esteve no poder.

O documento afirma que o misterioso personagem recebeu propina de US$ 3,4 milhões (R$ 16,9 milhões na cotação atual) em troca de favorecer a Odebrecht e seus parceiros colombianos.

O apelido foi-lhe atribuído pela Justiça desse país sul-americano em um acordo de cooperação com a Corficolombiana, uma empresa colombiana associada à construtora brasileira que reconheceu ter pagado subornos de US$ 23 milhões (R$ 114,5 milhões na cotação atual) a funcionários para garantir vários contratos.

Jornalistas, um ex-presidente dessa companhia e até o atual presidente, Gustavo Petro, aventuraram-se a apresentar suas hipóteses sobre a poderosa figura escondida por trás do "Colombian Official 3" ("Funcionário Colombiano3", na tradução literal).

Estas são as pistas reveladas até agora:

- O que ele fez? -

Pelo acordo, essa pessoa se reuniu em maio de 2014 - na reta final do primeiro turno presidencial, em que Santos buscava a reeleição - com um alto executivo da Odebrecht, e outro, da Corficolombiana.

Nessa reunião, os empresários concordaram em dar-lhe US$ 3,4 milhões em troca da obtenção de um contrato para a construção de uma rodovia ligando os municípios de Ocaña e Gamarra (nordeste).

Entre 2014 e 2015, as filiais da Odebrecht e da Corficolombiana transferiram esse valor para o funcionário por meio de terceiros. Depois de ficar em segundo lugar no primeiro turno, em 25 de maio de 2014, Santos se recuperou no segundo turno e venceu Oscar Iván Zuluaga, em 15 de junho. Segundo a Promotoria colombiana, a campanha de Santos recebeu US$ 850 mil (R$ 4,2 milhões na cotação atual) da Odebrecht.

- O que se sabe? -

Diferentemente do ocorrido em outros países latino-americanos, na Colômbia, funcionários de alto escalão do governo não foram julgados pelo escândalo da Odebrecht.

"Sabemos quem subornou" e "quem foram os intermediários. Mas não sabemos para onde foi o dinheiro, porque chegou aos que estão no poder político", resumiu o atual presidente Petro, após tomar conhecimento do acordo de Corficolombiana nos Estados Unidos.

O "Funcionário 3" seria um dos altos comandos do governo favorecidos pelos subornos da Odebrecht.

Ainda é preciso determinar se o então presidente e candidato Santos estava a par da entrega do dinheiro. Roberto Prieto, seu coordenador de campanha, esteve preso por esses acontecimentos entre 2019 e 2022.

- Poderia ser o ex-presidente Santos? -

Citando "uma fonte importante que conhece" o acordo entre a Corficolombiana e os Estados Unidos, a revista Semana garantiu que o ex-presidente Juan Manuel Santos "é, na verdade, o chamado ‘Colombian Official 3'".

O ex-presidente - vencedor do Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para alcançar o acordo de 2016 que desarmou a guerrilha das Farc - descreveu esta versão como uma "falácia" e "uma calúnia imprudente, infame e contraevidente", em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).

Questionado sobre esta versão, o procurador responsável pelas investigações do caso Odebrecht na Colômbia, Gabriel Jaimes, respondeu: "Não posso afirmar, nem posso negar, que seja Juan Manuel Santos".

- Outros nomes? -

José Elías Melo, ex-presidente da Corficolombiana condenado em 2019 a 11 anos de prisão por estes acontecimentos, disse, por sua vez, ao portal Cambio, que o misterioso funcionário "tinha de ter incidência sobre a decisão do contrato e, claro, sobre a campanha política".

Melo afirma ter sido um bode expiatório usado pelo dono da Corficolombiana e homem mais rico da Colômbia, Luis Carlos Sarmiento, para fugir de suas responsabilidades, e negou ter estado na reunião descrita no texto.

Com base na história das autoridades americanas, ele se animou, contudo, a lançar três nomes.

"Pode ser Juan Manuel Santos, pode ser Germán Vargas Lleras (ministro de Santos em diferentes ministérios entre 2010 e 2013, e seu vice-presidente, entre 2014 e 2017), pode ser María Lorena Gutiérrez (que ocupou vários cargos de chefia na mesma administração e é a atual presidente da Corficolombiana). Não sei", disse o executivo condenado.

Em resposta, Vargas garantiu que teria sido "impossível", para ele, compactuar com a propina em maio de 2014, já que, durante o primeiro semestre do referido ano, não ocupou qualquer cargo no governo.

Gutiérrez não se referiu publicamente a esta acusação.

O último a lançar sua hipótese foi Petro, que, como senador, denunciou a corrupção da Odebrecht. Interrogado pelo Cambio sobre a possível identidade do "número 3", mencionou "Javier Hernández", vice-ministro dos Transportes e vice-presidente da Agência Nacional de Infraestruturas (estatal) entre 2012 e 2014.

A.El-Nayady--DT