Dubai Telegraph - Dois homens queimam um Alcorão em protesto autorizado em frente ao Parlamento sueco

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Dois homens queimam um Alcorão em protesto autorizado em frente ao Parlamento sueco
Dois homens queimam um Alcorão em protesto autorizado em frente ao Parlamento sueco / foto: Oscar OLSSON - TT News Agency/AFP

Dois homens queimam um Alcorão em protesto autorizado em frente ao Parlamento sueco

Dois homens queimaram um exemplar do Alcorão nesta segunda-feira (31), durante uma manifestação autorizada pela polícia sueca em frente ao Parlamento de Estocolmo, em um protesto semelhante aos que desencadearam tensões entre a nação escandinava e países do Oriente Médio nas últimas semanas.

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Salwan Momika e Salwan Najem pisotearam uma cópia do livro sagrado muçulmano antes de atear fogo ao exemplar, como já haviam feito no final de junho em frente à principal mesquita de Estocolmo.

Naquela ocasião, o ato gerou uma onda de indignação no Oriente Médio, com protestos no Iraque e indignação na comunidade muçulmana.

Os homens já haviam realizado outro ato semelhante em frente à embaixada do Iraque em Estocolmo, em 20 de julho.

O protesto desta segunda-feira foi autorizado pela polícia sueca, mas a força de segurança afirmou que as permissões concedidas se referem apenas à organização das manifestações, e não ao que acontece nelas.

Os manifestantes disseram à imprensa que querem que o livro sagrado muçulmano seja proibido na Suécia. E, no pedido de autorização para o protesto, os organizadores declararam a intenção de queimar um exemplar do Alcorão.

"Vou queimá-lo muitas vezes, até que o proíbam", disse Najem, um refugiado iraquiano de 37 anos, ao jornal Expressen.

Cerca de 12 manifestantes gritaram contra Momika durante a manifestação, hasteando bandeiras iraquianas e mostrando exemplares do Alcorão.

Mats Eriksson, porta-voz da polícia de Estocolmo contou à AFP que os atos contra o Alcorão ocorreram "sem graves perturbações à ordem pública".

Durante o protesto, Momika também pisou na imagem do influente clérigo xiita Moqtada Sadr, cujos seguidores invadiram brevemente a embaixada sueca em Bagdá em junho, antes de incendiá-la no mês seguinte.

O Iraque condenou veementemente "os repetidos atos de profanação" do livro sagrado e pediu aos países onde são realizados estes atos que adotem "posições mais firmes para colocar fim a estas práticas criminosas".

- "Chamar a atenção" -

"Nós o vimos parado lá de novo e gritando coisas sobre o Alcorão e sobre o Islã, brincando com o Alcorão e, honestamente, é tudo para chamar a atenção e é bastante óbvio", disse Tamazight El Yaakoubi, uma estudante holandesa de 18 anos.

O ato acontece em um momento de deterioração das relações da Suécia com vários países do Oriente Médio, após vários episódios em que o Alcorão foi profanado.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou o ato e alertou em meados de julho que não deveria haver novas ofensas ao Alcorão. Somado a esta tensão, o voto da Turquia é essencial para a adesão da Suécia à Otan.

Na semana passada, o país europeu ordenou que 15 agências governamentais reforcem as equipes antiterroristas.

No domingo (30), a Dinamarca anunciou que estava considerando limitar manifestações que envolvam a queima de textos sagrados, revelando preocupação com as questões de segurança.

No mesmo dia, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, disse que um processo similar já está em andamento no país.

"Aqui em casa sabemos que os Estados, atores governamentais e indivíduos podem se aproveitar da situação", afirmou em uma publicação no Instagram.

A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) realizou uma reunião extraordinária nesta segunda-feira para abordar as profanações do Alcorão e emitiu um comunicado expressando sua "decepção" com a resposta da Suécia e da Dinamarca.

O ministro das Relações Exteriores da Suécia, Tobias Billstrom, informou que estava em contato com outros 57 membros da OCI e que havia enviado uma carta aos integrantes da organização.

Em comunicado, ele afirmou tê-los informado sobre o processo de concessão de permissões para reuniões públicas na Suécia e que a polícia tomava essas decisões de forma independente.

I.Khan--DT