Líder norte-coreano visita plantações afetadas por tufão em meio à escassez
O líder norte-coreano Kim Jong Un visitou áreas rurais atingidas pelo tufão e supervisionou helicópteros militares que lançaram pesticidas para tentar salvar as colheitas, informou nesta sexta-feira(18) a imprensa estatal.
A tempestade tropical Khanun passou pela Coreia do Norte na semana passada depois de atingir o Japão.
As catástrofes naturais podem ter um impacto forte na Coreia do Norte devido a suas frágeis infraestruturas e ao desmatamento, que aumenta os riscos de enchentes.
Estas imagens foram divulgadas horas após a Coreia do Norte ter sido acusada pelo Conselho de Segurança da ONU de aplicar recursos em seu programa nuclear em detrimento de sua população, que passa fome e necessita de produtos essenciais.
A agência de inteligência da Coreia do Sul indicou ao Legislativo na quinta-feira que 240 norte-coreanos morreram de fome entre janeiro e julho deste ano, afirmou o parlamentar Yoo Sang-bum a jornalistas.
Kim visitou plantações de arroz afetadas pelo tufão na província de Kangwon e disse que haverá "reparação total dos danos" graças ao patriotismo dos soldados que ajudaram a salvar a colheita, informou a agência de notícias estatal KCNA.
A imprensa estatal divulgou imagens de Kim vestido de branco no arrozal enquanto helicópteros militares pulverizavam os campos.
Kim instou o setor agrícola a "minimizar os danos" para garantir que a Coreia do Norte possa "cumprir a meta de produção de grãos para este ano".
Porém, vários especialistas questionam a eficácia de sua estratégia.
"A ordem dada por Kim Jong Un de mobilizar os aviões da força aérea não é mais que um espetáculo", explicou à AFP An Chan-il, desertor norte-coreano e presidente do Instituto Mundial de Estudos Norte-Coreanos.
"O momento apropriado para lançar pesticidas nos cultivos já passou", afirmou.
O recente foco de Pyongyang no setor agrícola parece ser "resultado do desespero com a possibilidade de que a questão alimentar se torne um problema grave", disse à AFP Hong Min, do Instituto Coreano para a Unificação Nacional.
J.Chacko--DT